Dispersão de sementes por peixes na Amazônia é tema de cartilha

http://www.museu-goeldi.br - 01/02/2011
Fruto do projeto "Ictiocoria de Virola spp. por Auchenipterichthys longimanus (Siluriformes: Auchenipteridae) em igarapés da Amazônia Oriental, implicações para o manejo e conservação de áreas ripárias", a cartilha Os peixes e as Florestas Alagadas de Caxiuanã apresenta de forma descontraída, simples e bonita, nas suas 26 páginas, os principais pontos da pesquisa.

Organizada em co-autoria por Tiago da Silva Freitas, Bruno Prudente, Vitor da Consolação Almeida e Luciano Montag, pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA), a cartilha aborda a preservação e conservação ambiental na Amazônia.

A dispersão de sementes nas florestas alagadas é um dos pontos tratados, onde, os principais tipos, como: barocoria (dispersão causada pela força da gravidade), anemocoria (pelo vento), hidrocória (ação das águas) e zoocoria (por animais) são citadas. Mas é na dispersão animal que o volume se concentra.

Com ilustrações de Almir Inada, a publicação explica a importância dos peixes na dispersão de sementes, entre eles, o tambaqui (Colossoma macropomum), os pacus (Myleus spp. e Mylossoma spp.), além de alguns bagres, como os bacus( Megalodoras spp. e Lithodoras dorsalis) e os mandis (Pimelodus spp.).

O peixe cachorro-de-padre (Auchenipterichthys longimanus) foi analisado como possível dispersor de sementes de ucuúba (Virola surinamensis), árvore que chega a uma altura de até 40m e é de grande importância econômica e ecológica na região amazônica.

De acordo com a pesquisa, foram coletadas 71 sementes do estômago de 47 cachorros-de-padre, e 106 das árvores de ucuúba. Foram registradas germinação em 69% das sementes retiradas dos estômagos. Essa constatação demonstrou que os frutos ingeridos pelos peixes não perdem a capacidade de germinação das sementes.

A cartilha pretende sensibilizar a população local sobre a importância da relação dos peixes com as vegetações de várzeas e igapó, além disso, ainda explica o que é um Floresta Nacional (Flona) e a importância das florestas alagadas. A proteção do solo contra erosão das margens dos rios e igarapés, a manutenção da quantidade e da qualidade das águas bem como a conservação de animais e plantas são outros temas tratados pelos autores.

O projeto teve o apoio da Universidade Federal do Pará (UFPA), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Estação Científica Ferreira Penna e do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) e foi financiado pela Fundação o Boticário de Proteção à Natureza.

A Flona de Caxiuanã - A Floresta Nacional de Caxiuanã é uma unidade de conservação (UC) criada pelo Decreto-Lei n de 22 de novembro de 1961 e fica a 400 km a oeste de Belém. Ocupa uma área de 324. 060 hectares e está localizada entre os rios Xingu e Tocantins. É lá que está instalada a Estação Científica Ferreira Penna do Museu Paraense Emílio Goeldi. Esta foi criada em 1993 pelo convênio entre o MPEG e o IBAMA com o objetivo de apoiar programas de pesquisa nacionais e internacionais.

Serviço: A cartilha está disponível em PDF e pode ser obtida por solicitação ao email do primeiro autor Tiago Magalhães da Silva Freitas


http://www.museu-goeldi.br/sobre/NOTICIAS/2011/fevereiro/01_02_2011b.html
Biodiversidade:Fauna

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