Parque protegerá 27 áreas da Região dos Lagos

O Globo, Rio, p. 24 - 19/08/2010
Parque protegerá 27 áreas da Região dos Lagos
Unidade, a primeira do tipo fragmentado no estado, reunirá ecossistemas de seis municípios

Paulo Roberto Araújo

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) vai dar os passos finais para a criação do Parque Estadual da Costa do Sol (PECS), que protegerá ecossistemas de Saquarema, Araruama, Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Cabo Frio. A última audiência pública para a criação do parque será realizada hoje em Cabo Frio. Com 5.500 hectares, a nova unidade vai abranger 27 Áreas de Preservação Ambiental (APAs) e de Proteção Permanente (APPs) dos seis municípios.

O PECS será o primeiro parque fragmentado do estado, seguindo um modelo já usado na Europa. Vai proteger áreas de Mata Atlântica, de restinga, dunas, banhados, manguezais, escarpas, costões rochosos, praias, ilhas e pequenas lagunas. A ideia se baseia na experiência de Parks of St. Lawrence, parque segmentado da província de Ontário, que protege áreas separadas ao longo do rio que faz a fronteira entre Canadá e Estados Unidos.

Segundo o presidente do Inea, Luiz Firmino, o objetivo do parque é proporcionar uma proteção mais eficaz aos ecossistemas locais, evitando os impactos do desenvolvimento econômico da região.

- Para um região de vocação turística, o parque representará a consolidação dessa vocação. Contará com diversos centros receptivos, para a visitação de ecossistemas belíssimos - disse.

Além dos ecossistemas, que poderiam ser colocados em risco pela expansão urbana, o parque também vai garantir a proteção de áreas que prestam "serviços ambientais", como preservação dos recursos hídricos, controle da erosão e conservação da diversidade biológica e geológica. O comandante do Batalhão Florestal da PM, coronel Mário Fernandes, disse que o parque criará um grande mosaico que vai facilitar o trabalho de policiamento nas áreas de conservação.

- Embora tenha como principal objetivo proteger a natureza, o PECS poderá receber acima de 700 mil visitas por ano, estimulando o turismo e gerando empregos, renda e impostos - disse o ambientalista Paulo Bidegain, que sugeriu a criação do parque segmentado em 2007.

Os limites propostos para o parque incluem áreas de grande relevância ambiental e ainda pouco ocupadas, identificadas por meio de levantamentos de campo e estudos técnicos e científicos.

O administrador da APA do Pau-Brasil, Márcio Beranger, acha que o parque vai dar uma estrutura maior de proteção para as áreas que precisam ser preservadas.
Ambientalista: vigilância precisa ser constante
Proprietário de uma das áreas que serão incorporadas ao parque, o ambientalista Ernesto Galiotto acredita que essa é a melhor alternativa para salvar o que resta da vegetação, das lagoas e de outros ecossistemas que precisam ser preservados na Região dos Lagos:
- O parque vai preservar uma das regiões mais ricas do mundo em diversidade ambiental, mas que precisa de vigilância permanente para que se evite a sua degradação.

A audiência pública, promovida pela Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Inea, vai acontecer no campus Cabo Frio da Universidade Veiga de Almeida. A unidade será administrada por cogestão de estado e municípios.

O Globo, 19/08/2010, Rio, p. 24
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