Construções irregulares invadem área de mata em morros

O Globo - http://oglobo.globo.com/ - 25/02/2019
Construções irregulares invadem área de mata em morros
25/02/2019 - 04:30

Pedro Amaral

Instituto Pereira Passos identifica crescimento em comunidades da Zona Sul

RIO - Construções irregulares continuam surgindo em áreas verdes de morros e encostas do Rio sem que haja controle por parte do poder público. Responsável pelo mapeamento urbano da cidade, o Instituto Pereira Passos (IPP) identificou acréscimo maior em quatro comunidades da Zona Sul entre 2013 e 2018.

Na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, o espaço ocupado saltou de 20.983 m² para 25.230 m² (4.247 m²)- tamanho três vezes maior que uma piscina olímpica, que mede 1.250 m². Na Rocinha, em São Conrado, o aumento foi de 2.446 m². No Morro da Babilônia, no Leme, de 2.225 m². E no Pavão-Pavãozinho, também em Copacabana, de 1.118 m².

- As comunidades crescem de forma desordenada, colocando em risco os próprios moradores, por se tratar de áreas não planejadas para serem habitadas. O poder público tem que voltar a fiscalizar e controlar essas regiões - diz Horácio Magalhães, presidente da Sociedade Amigos de Copacabana.

Ainda segundo dados do IPP, as áreas favelizadas em toda a cidade chegaram a encolher entre 2008 e 2012. Porém, em 2013, o processo se inverteu, e o ápice da expansão desordenada foi registrado em 2017: 0,72%.

Em um ano, entre 2016 e 2017, as favelas cariocas ganharam 333.064 metros quadrados, de acordo com o IPP.

Casas poderiam avançar por reserva ambiental

Em Copacabana, moradores de ruas próximas ao Parque Estadual da Chacrinha e à Praça Cardeal Arcoverde estão preocupados com o crescimento de construções irregulares nos morros da Babilônia e do Chapéu Mangueira. O temor é que as casas avancem, inclusive, pela reserva ambiental na Ladeira do Leme.

Por meio de nota, a Secretaria municipal de Conservação e Meio Ambiente negou a existência de construções dentro dos limites do parque.

- Os proprietários não pagam nenhuma das taxas de serviço que um imóvel normal tem que pagar. Além disso, é revoltante saber que não se trata apenas de moradores comuns e sim de alguns mini empresários que constroem quitinetes para alugar - queixa-se o presidente da Associação de Moradores de Copacabana, Tony Teixeira.

- Além dos problemas de habitação que já conhecemos, a violência também fica mais evidente. Diversos moradores disseram que seus apartamento já foram atingidos por balas de fuzil - diz Eduardo Saraiva, presidente da Associação de Moradores da Cardeal Arcoverde.

Por meio de nota, a Secretaria municipal de Infraestrutura e Habitação (SMUIH) afirma que está buscando solução efetiva para conter o crescimento irregular das comunidades do Rio. "Para isso, está em fase final de criação um Grupo de Trabalho que irá fazer uma análise detalhada dessa questão e propor soluções ainda neste primeiro semestre". Ainda segundo a nota, também no primeiro semestre os Pousos (postos de controle de observação de favelas) serão reformados e haverá reestruturação de pessoal.

Ainda segundo a SMUIH, as ocupações irregulares muitas vezes se transformam em caso de polícia, "uma vez que as milícias avançam para o setor de moradias irregulares. Com apoio das forças de segurança, a prefeitura tem atuado nessa questão".

https://oglobo.globo.com/rio/bairros/construcoes-irregulares-invadem-area-de-mata-em-morros-23474554
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